Percebi que eu não habitava o meu corpo físico em sua totalidade. Minha energia passava os céus, andava curvada, corcunda e nada que me dissessem para “corrigir” a minha POSTURA provocava uma mudança. A mudança teria que vir de dentro pra fora. Ter um POSICIONAMENTO na vida é mais que alinhar seus chakras. É preciso DECISÃO. Estranha, segui sendo a última da fila e a quase última na lista da chamada escolar. Saía sozinha, pois meus colegas com seus nomes iniciados com as primeiras letras do alfabeto, partiam a mil, esfomeados pela rua, para suas casas… Sempre me senti só. A minha salvação eram as ESTRELAS. Talvez por termos algo em comum, no significado do meu nome de batismo: “Estrela grande dos Tabajaras”. Cresci negra e índia entre essas culturas e espiritualidades, conectada com a natureza e o cosmos. As luzes cintilantes das estrelas moravam no meu céu, num bairro antigo de Salvador chamado 2 de Julho, onde vivi contemplando a Baía de Todos os Santos, mapeando o firmamento, dando nome a elas, como se diz no livro de Isaías. Esse paraíso me oferecia seus pores do sol e nasceres da lua, num caminho iluminado e definido, no meio daquela alma de águas profundas.
Eu e as águas, elas transbordavam pela minha varanda, nos sonhos em noites conturbadas. Via escorrer lentamente, entrando pelo meu quarto, sorrateiramente à minha procura… Tempos depois um grande amigo psicólogo me explicou o sentido daquilo tudo. Meu feminino, a intuição, minha alma, já queria falar comigo, na linguagem peculiar dos símbolos que revelam o que as palavras teóricas jamais diriam. Como lhe dar com essa energia que me cercava sem pedir licença? Busquei me descobrir. Entender. Pra que esta sensibilidade sem fim me serviria um dia? As pessoas hoje chamam de EMPATA essa condição, mas creia, isso não define nem 5% da história. Conheci muito tempo depois, a Constelação Familiar, que virou, na época, a minha “religião”. Finalmente eu me senti em um lugar meu, íntimo. Vi sentido saudável para os dons que eu havia recebido e não sabia o que fazer com eles. Eu nasci acessando o “Campo”, e isso não é força de expressão. Só precisava que alguém me guiasse nisso. E eu encontrei!
Minha grande descoberta foi que, a única coisa que eu não poderia deixar de SER, é ARTISTA. Nesse momento da minha vida penso: o que seria de mim sem a possibilidade de CRIAR. Minha identidade e saúde dependem disso. A tela em branco que recebemos ao nascermos nessa maravilha de planeta, me convida a receber através da intuição e entrega, mecanismos novos de manifestação da minha realidade atual. Novas técnicas que foram surgindo para o SER, ser mais HUMANO e a ALMA mover-se livremente dentro dessa fusão biológica, energética e espiritual. Quando me vi no meio de um caos dentro do meu quarto, por volta dos 27 anos, (agora mesmo a imagem dessa cena vem forte em minha cabeça), vendo a bagunça de roupas, que parecia se reproduzir sozinha em minha cadeira, eu, de alguma forma, percebia que meu esforço sobre-humano não valia de nada para manter aquilo organizado. As peças tinham pernas e caminhavam pelo espaço da casa e da minha cabeça. Eu pude ver claramente com o tempo que aquilo era algo que estava, antes, acontecendo dentro de mim. A grande sacada foi que, com o decorrer do tempo, eu fui desidentificando o meu SER EXISTENCIAL, do meu ESTAR HUMANO. Só dessa forma. Separei “cada peça em seu lugar”, o ego e o self. Assim consegui começar uma jornada de mais de 30 anos para responder uma pergunta que me afligia profundamente. “Se dentro de mim eu não quero viver assim, por que eu não consigo ser de outra forma? Por que eu não tenho força para fazer diferente disso?” Essas questões moravam em minha mente inconformada. Essa voz que me fazia ver esse quadro à distância, o meu “eu superior”, me convencia todos os dias a não me conformar com isso e buscar as soluções para aquela situação caótica. Aquilo, NÃO ERA A TAINAH.
O meu projeto primordial é SER EU MESMA. Eu vim para manifestar a vida com plenitude e graça, num corpo humano, guiada pelo Espírito de Deus, que chamam de Campo, a caminhar servindo ao amor e à VIDA. Isso resume tudo. E TUDO que fiz desde os meus 17 anos até agora foi aprimorar meus conhecimentos sobre como funciona o meu SER e para que ele serve nessa engrenagem fabulosa em que me encontro. Casada há 17 anos, mãe de um filho lindo, cantora, compositora, escritora, fotógrafa, consteladora, terapeuta, facilitadora de Barras de Access, radiestesista, reikiana, xamã, taróloga, artista plástica, designer, cozinho, faço bolo muito bem e amo ser LIVRE! Gerenciar tudo isso finalmente chegou a um ponto de equilíbrio, onde, absolutamente tudo que eu faço está a serviço da cura através de quem EU SOU. O foco central e eterno é ter DISCIPLINA, OBEDIÊNCIA, MANSIDÃO E HUMILDADE. Sigo nessa busca deliciosa, intrigante, desafiadora, mas fenomenal de me entusiasmar com os mistérios que não consigo explicar, mas sinto plenamente. VEJO A VERDADE diante dos meus olhos. De camarote assisto a milagres acontecerem dentro e fora de mim através do movimento do ESPÍRITO de sabedoria, que me dita códigos, cores, números, frequências de cura, TODOS OS DIAS em meus atendimentos e grupos. Quero compartilhar tudo isso e muito mais aqui nesse espaço virtual, que trará sempre conteúdos novos e transformadores. Sejam bem-vindas, sejam bem-vindos. TODOS PERTENCEM. Sigamos amando!! Namastê Vayú , eu sou TAINAH.
A ilusão da separação nos causou enquanto humanos, um caos coletivo, uma dispersão do que realmente importa, uma distorção sobre nós mesmos. Quem somos nós? Como é SER nossa essência? O que viemos fazer aqui?
EFATÁ é uma vivência musical de cura, que foi revelada à mim em 2018, durante uma meditação lendo as palavras sagradas bíblicas. Um texto onde o Cristo usa essa VOZ DE COMANDO, trazendo a ESCUTA NOVA e somente depois a FALA ao surdo-mudo: “Então voltou os olhos para o céu e, com um profundo suspiro, disse-lhe: “EFATÁ!”, que significa “ABRA-SE!” (Mateus 7:34). Senti plenamente, esse seria o nome do próximo projeto musical, nos sinalizando que viria daí algo novo em nossas vidas. Um novo sopro de vida, um cântico novo, ”um novo antigo propósito”, com tudo que fomos plantando em nossa caminhada. Dia após dia, em meus mergulhos diários no silêncio da alma, as músicas foram sendo reveladas, e sinalizadas através de vídeos, diálogos, ou na playlist do elevador ou num comentário em um diálogo comum.
Músicas que nunca havia cantado antes, que conhecia muito por ter ouvido num tempo passado. Algumas que não sabia as letras e outras de muita importância em minha história, foram aparecendo e formando um mosaico profético. Assim tudo começou a fazer sentido, com o início do que estava por vir em março de 2020… Nem sonhávamos, na mais remota possibilidade, passarmos por essa grande transformação proposta pela pandemia, tão pouco sobre o isolamento que isso provocaria. Para mim, EFATÁ foi desde sempre uma profecia que quer exercer a sublime função de anunciar a VIDA, movendo um olhar aprofundado sobre nosso SER, uma contemplação do espelho particular.
A formação inicial de EFATÁ foi em família, eu, meu marido Jelber Oliveira e meu filho Rafael dividimos as funções melódicas, harmônicas e percussivas que compõem o cenário, a paisagem musical desse projeto. Não há uma definição de estilo, é liberdade a serviço da composição, da palavra, do dito. EFATÁ é uma VIVÊNCIA MUSICAL DE CURA que interfere e provoca os sentidos e a emoção. Conduz em direção a um estado primeiro de consciência, uma jornada de ascensão fluida e iluminada. EFATÁ, o AMOR move a CURA individual e coletiva, através da honra aos antepassados, do respeito e reverência à Gaya, nossa mãe Terra, da devoção ao Cosmos Deus, do acolhimento a nós mesmos, com nossas luzes e sombras. EFATÁ quer promover a reconexão com o EU ESSENCIAL, entoando, ao longo da vivência, mantras em sânscrito, dançando com as elucidações da poesia profética das composições brasileiras de Belchior e Milton Nascimento, verdadeiras premonições. Melodias, letras, texturas sonoras e profecias sagradas. Vamos tirar os véus do esquecimento que nos impediram até aqui de ser quem verdadeiramente somos: centelhas divinas no caminho de volta pra casa, sendo UM com TODOS e com O TODO, sendo o próprio AMOR.
Ficha Técnica
TAINAH: Voz, Flauta, Percussão, Direção artística e roteiro.
Rino Carvalho: Direção e Arte
Jelber Oliveira: Direção Musical e Arranjos. Piano e Acordeom
Rafael Lima de Oliveira: Percussão, Piano e Voz.
O caminho que trilhei de CURA em mim, me fez desejar levar para outros tantos, a revelação dessa possibilidade REAL. O mundo mergulhou em uma dissociação de si mesmo, de sua essência. Perdeu a CONEXÃO com o Universo. Na pandemia, quando já trabalhava com “atendimentos de cura” holísticos, energéticos e sistêmicos, me aprofundei na meditação, usando mantras em sânscrito, para reequilibrar a mim e meu círculo familiar e o público, nas centenas de lives que fiz no Instagram.
Comecei a compor mantras e a atender a um chamado para eternizar o que é infinito em mim. O sânscrito realizou meu sonho de penetrar a mente humana, sem julgamentos, me permitindo transcender às expectativas da mente e me direcionar puramente aos sentidos cósmicos e vibrações de CURA. A música CURA!
Entoo frequências de cura, outro recurso que me chegou durante as sessões individuais, quando o campo tocava em minha mente determinada nota e me orientava a cantar aquela frequência em voz alta enquanto fazia os procedimentos vibratórios e quânticos que o paciente precisava. A linguagem do Espírito me acompanha como uma bênção de poder falar o meu “idioma” celestial. Verdadeiros milagres aconteceram em mim, no meu corpo e mente, para que meu espírito estivesse alinhado ao Campo de Sabedoria. Eu sou gratidão e gratidão é ATITUDE! Me derramo em amor em tudo que movo pela graça de Deus em mim. A intuição é o meu maior presente. A PALAVRA em minha voz é o meu instrumento primordial. Minha disciplina e compromisso, me fizeram chagar até aqui.
OM Bhur bhuva svaha Tat savitur varenyam Bhargo devasaya dhimahi Dhiyo yo naha prachodayat.
Ó Deus, Tu és o doador da vida, o removedor da dor e da tristeza, que garante a felicidade; Ó Criador do Universo, possamos nós receber a Tua suprema luz, destruidora dos pecados; possa Tu guiar o nosso intelecto no caminho certo.
Tudo que possamos fazer a favor da vida, faremos. O amor é soberano em graça e poder e sabemos que cada um que chegou até aqui nesse espaço sagrado, veio buscar algo maior que si mesmos.
A vida é surpreendente e não se engane sobre o quanto ela pode lhes surpreender. Sejam TODOS, sempre, bem-vindos, bem-vindas!
Namastê Vayú TAINAH